…
“Já raiou a liberdade
A liberdade já raiou
Esta brisa que a juventude afaga
Esta chama que o ódio não apaga pelo Universo
É a evolução em sua legítima razão
Samba, oh samba
Tem a sua primazia
De gozar de felicidade
Samba, meu samba
Presta esta homenagem
Aos “Heróis da Liberdade”
No site de Marcelo Moutinho um causo saboroso sobre essa joia da música brasileira. E Viva a Serrinha!
François Gall, ou Ferenc Erdelyi Gall, húngaro de nascença (1912, Kolozvár), foi um dos artistas que adotou a Paris do Pré-Guerra, atrás da onda impressionista. Entre os temas preferidos do pintor estão as mulheres e o dia a dia da vida parisiense, seus cafés e sua gente. Gall é um desses artistas que reverencia a mulher com enorme sensibilidade. Fica minha homenagem as queridas, entre cores e traços do mestre parisiense, que tanto atraem em suas cores vibrantes, olhares e atmosfera dos inúmeros retratos e cenas femininas.
Se você nunca ouviu falar de Richard Thompson, pare tudo e veja isso:
Mais uma joia do cartunista americano.
Exatamente. Richard (1957-2016) foi um gênio, um gigante. Adorado e reverenciado por seus contemporâneos, teve a vida abreviada pela doença de Parkinson, uma sina especialmente cruel para um artista dedicado ao desenho. Sua obra, ferina e magistral, vai desde ilustrações editoriais (trabalhou no Washington Post), passando por cartuns, caricaturas, aquarelas, pintura a óleo, tirinhas. Sua marca é o ponto de vista sutil, raro e mordaz, impecavelmente traduzido em garranchos incertos, letreiro semi infantil, desenhos aparentemente pueris, fáceis. SThompson reunia execução e conteúdo superpotentes, em um padrão de excelência reservado aos grandes mestres.
Pra conhecer mais a fundo, recomendo The Art of Richard Thompson que reúne uma seleção da sua obra, acompanhada por entrevistas e depoimentos de artistas como Bill Watterson e Pete de Séve. Mais recentemente, foi lançado The Incomplete Art of Why Things Are, com a arte de uma coluna do Washington Post que respondia a perguntas sobre o porquê das coisas, ilustrada por RT. Dois marcos importantes de sua carreira foram a série Richard’s Poor Almanac, publicada no Post e Cul de Sac, a tirinha que encantou Bill Watterson, publicada em mais de uma centena de jornais pelo mundo e que também foi lançada em fascículos. E o blog do Richard, iniciado em 2007, continua no ar. Impensável perder.
A jovem ativista Ahed Tamimi faz hoje 17 anos. Está presa por desacato pelas forças de segurança de Israel. Atualmente, Israel mantém detidos mais de 300 de jovens palestinos sem direito a fiança ou sem acusações formais, com processos sob corte militar.
Ahed Tamimi turns 17-years-old today. But instead of celebrating and spending time with her family, Ahed will spend her birthday in an Israeli jail cell, awaiting trial in a kangaroo military court. pic.twitter.com/nkLRztsjEl
Se você curte cultura japonesa, não pode perder a série Toco Toco TV (2011- ). “Toco toco” é palavra japonesa usada pro ruído de passos. Como se a gente estivesse seguindo os passos de alguém. Cada episódio dura 15-20 minutos e passeia por lugares escolhidos pelo convidado, geralmente em Tóquio, enquanto ele fala um pouco da sua história, processo criativo, dia a dia.
São músicos, estilistas, ilustradores, gamers, designers, autores de quadrinhos, cineastas, DJs. Tem um pouco de tudo e é lindo. Tem um sentido intimista, até certa nostalgia, enquanto o convidado relembra sua trajetória, sem a intervenção de um entrevistador. Em alguns casos, o pretenso formalismo dos japoneses cai por terra completamente e chega a ser emocionante escutar revelações do artista sobre a carreira e a vida em geral. O artista convidado encerra o episódio com um ditado ou palavra que tem um sentido especial pra ele e assim vemos mais uma camada descoberta daquela personalidade. Recomendo demais.
Street Fighter, Final Fight, Darkstalkers.. dive in the universe of illustrator Akira (@akiman7) Yasuda and his countless contributions to the game industry. ゲーム業界での活動をはじめ、イラストレーターの巨匠である”あきまん”こと安田朗さんの世界観に迫ります https://t.co/Wifchu2G27pic.twitter.com/PsIYIbyEKk
Proporções Ideais do Corpo Humano, o Homem de Vitrúvio
Recentemente, topei com uma lista de livros técnicos em uma timeline do Facebook dedicada a quadrinhos. Eram todos títulos sobre o desenho da figura humana e anatomia. Obviamente, é fundamental ter domínio da anatomia do corpo humano pra contar histórias desenhadas, mesmo que o objetivo não seja uma representação mais realista. Não importa o estilo, se a representação estiver fora de esquadro, vai perturbar ou até mesmo romper a barreira de imersão do leitor. A história vai pro ralo porque o desenho ruim não funciona, não serve como veículo pra narrativa.
Desenhar o corpo humano com competência é um desafio enorme, que exige tempo–de prática persistente e de estudo.
Conselho #1
Se você tiver a sorte de frequentar aulas com modelo vivo, aproveite bem essa oportunidade rara. Os livros são referência e exercício mas é fundamental observar e desenhar as pessoas fazendo coisas do dia a dia. Pra maioria de nós isso significa desenhar na rua. Carregue sempre um caderninho, um lápis e uma caneta. Nada espalhafatoso, mas algo que seja acessível, discreto e portátil Você sempre poderá trazer seu caderno de volta pra casa e refinar os desenhos depois. Encontre tempo e faça passeios pra desenhar. Praças, parques, shopping, mercados, lanchonetes, museus são algumas sugestões pra você descobrir e desenhar gente interessante. Um caderninho escolar grampeado e sem pauta, pra criança, de 3 reais, uma esferográfica e um lápis colorido pra mim funciona melhor do que o sketchbook importado. Lápis de cor é preferível porque o grafite borra o papel.
3 Livros
Figure Drawing For All It’s Worth – Andrew Loomis
Voltando aos livros, alguns títulos são muito batidos, especialmente no mercado americano. Existe muito material na internet pra download em torrents e sites dessas obras consagradas. São livros mais antigos mas nem por isso menos importantes. Andrew Loomis é um autor que popularizou o desenho da figura humana no pós-guerra, com uma série de enorme sucesso comercial. Loomis principalmente aborda proporção e formas simples, tratando o corpo em blocos que podemos “esculpir”. “Figure Drawing – For All It’s Worth” é sua obra de referência, embora o autor tenha um título dedicado exclusivamente pro desenho das mãos e cabeça. O Loomis fez escola e você vai ouvir referências ao método ou abordagem “Loomis” de quase todos instrutores yankees de figura humana. E o mesmo vale pro próximo autor que citamos, George Bridgman.
Constructive Anatomy – George Brant Bridgman
Talvez o título mais recomendado pelos profissionais de quadrinhos americanos, como o David Finch, seja o “Constructive Anatomy” do George Bridgman. Ele criou uma série super completa, com títulos voltados pra anatomia, vestuário, cabeça e mãos, figura da mulher. Desses livros nasceram compilações mais novas, mas os títulos frequentemente recomendados são o “Constructive Anatomy’ e ” The Human Figure”. Os livros são da primeira metade do século 20 e antiquados, mas como você pode ver nesse clip do Proko, o Bridgman é um mestre em representar o corpo humano, sempre de forma dinâmica, com gestual e movimento. Tem muita gente que estuda o livro Constructive Anatomy página por página, reproduzindo cada desenho. Não é o meu caso, mas boa sorte.
Figure Drawing – Design and Invention
Um livro mais novo de que eu gosto muito é o “Figure Drawing, Design and Invention” do Michael Hampton. A abordagem do livro funcionou pra mim porque as formas do corpo são apresentadas pra você dominar a estrutura básica do esqueleto, músculos e tecidos. Diferente do Loomis, por exemplo, porque aqui você parte da anatomia. Daí o “Design e Invention” do título. O autor tem uma vídeo aula bem extensa com esse tema na CG Master Academy. Tem um trailer disponível no You Tube.
Os títulos acima são fáceis de encontrar na internet e servem como um belo início pro entendimento e exercício do desenho da figura humana. Nada que vá substituir a observação e a prática diária ou um tutor experiente. Sessões de modelo vivo, cursos de desenho de observação e de anatomia artística são excelentes alternativas, embora hoje seja difícil encontrar fora dos currículos de formação universitária ou de um ateliê.